segunda-feira, 24 de março de 2008

Sanatório Geral

Por vezes sou levado a crer que aqui em Recife só tem doido. Ultimamente tenho presenciado uma série sucessiva de atos de insanidade capazes de deixar a turma do Pânico no chinelo.
Cena 1: Uns dias atrás avistei um cara correndo no meio do viaduto da Joana Bezerra em plena hora do rush. Um viaduto movimentadíssimo que liga o centro do Recife ao bairro de boa viagem na zona sul. O que leva alguém a correr por entre os carros e achar que vai sair ileso. Nem os caras do Jackass haviam pensado nisso.
Cena 2: O fato que me levou a escrever este texto foi o que tive o desprazer de presenciar hoje pela manhã. Uma mulher grávida e totalmente embriagada subiu no ônibus às 07:30 da matina. Mulher + gravidez + embriaguez + segunda-feira é uma combinação um tanto quanto bizarra. Primeiro: Mulher grávida não bebe. Segundo: ninguém bebe numa segunda de manhã. E o pior ainda estava por vir. Ela sentou do meu lado e, como já era de se esperar, só falava merda. O Filho-da-Puta do cobrador ainda ficou dando corda pras conversas da mulher. Desci uma parada antes com medo que ela vomitasse no meu colo.
Cena 3: Há não muito tempo atrás estava voltando do trampo depois de uma dia em que só fiz me lascar (pra variar), e nas cadeiras reservadas para idosos e deficientes havia uma senhora sentada. Sempre que o ônibus parava e dava partida ela começava a gritar: “MOTORISTA! VAI DESCEEEER!”. E não descia porra nenhuma. Percorremos 20 quilômetros em aproximadamente uma hora ouvindo essa abençoada gritar.
Cena 4: Como tudo o que é bizarro e medonho acontece em ônibus, essa não poderia ocorrer em um lugar diferente. Subi no coletivo pra ir a não me lembro onde, e notei que da metade pra frente estava lotado e da metade pra trás estava vazio. Por que será? lá trás sentado na última cadeira havia um cidadão na maior tranqüilidade. Até aí tudo bem, se ele não tivesse defecado toda a traseira do ônibus e se comportasse como se nada tivesse acontecido.
Cena 5: Todo cidadão residente do bairro de Casa Forte deve lembrar de Maria Camburão. Uma senhora gorda com um lenço na cabeça que residia nos bancos da praça. Na época parecia engraçado quando ela puxava um facão de dentro da bolsa e corria atrás de quem a chamava por esse apelido carinhoso.

Isso tudo me faz lembrar um texto do Stephen Kanitz intitulado “O perigo dos 7 Sigma”
Eis um trecho:
Sempre haverá pessoas malucas no mundo. E para cada 1.000 pessoas malucas haverá uma pessoa supermaluca, um "6 Sigma"*. E entre cada 1.000 dessas haverá uma mais maluca ainda, gente a quem vou chamar de "7 Sigma".

* Sigma é uma medida estatística de desvio da normalidade. Quanto mais sigma mais anormal.
Quem será que vai entrar no ônibus amanha? Chacrinha Cover?

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