quarta-feira, 5 de março de 2008

MEU NOME É JOHNNY

Se um dia eu for pai meu filho vai ter um nome extremamente brasileiro e comum, como por exemplo, João. Se for menina ainda não sei. A única coisa que eu sei é que ela não vai ter um nome estrangeiro, como por exemplo, Jennifer ou Stefanny, escrito assim mesmo, do jeito que se fala ou do jeito que o cara do cartório conseguir escrever no dia do registro da criança. Não sei por que, mas pelo que tenho observado há certa proporcionalidade entre classes sociais e nomes estrangeiros. Quanto mais baixo o nível social, maior a quantidade de nomes provenientes de filmes do John Travolta. Aliás, conheci um John Travolta. Do mesmo jeito que conheci um Michael Jackson, Macaulay Calkin, Johnny Walker, Bruce Wayne, Michael Douglas, John kennedy e – pasmem - Al Pacino. De repente sabendo o nome da pessoa dá pra saber em que condições socioeconômicas ela teve origem. Também é imensa a quantidade de nomes com a terminação “son”. Weidson, Donaldson, Alessanderson, Denison, Ivson...
Uma moça que trabalhou comigo costumava dizer que esses nomes sempre terminam com Silva. Quando chegava um cliente com esse tipo de nome ela logo gritava: Ta vendo? Pra quê um nome desses pra no final ter Silva?

Nomes geralmente têm um significado, uma origem. Eduardo significa guardião das riquezas, Amanda significa digna de ser amada. Mas o que porra significa Deyvisson?

Esses nomes podem não ter origem em algum país da antiga União Soviética, mas com certeza tem origem em mentes bizarras de pais desnaturados que não pensam na dificuldade que seus filhos terão, na hora de aprender a escrever nomes cheios de Y, W ou K. Se ter uma dessas três letras no nome for sinônimo de status, meu filho não vai ter um pingo de credibilidade, mas pelo menos vai ser um dos primeiros da sala a aprender a escrever o nome. E quando tiver uma conta de e-mail não vai precisar ficar soletrando pra todo mundo cada vez que der o endereço pra alguém. É um saco ter sempre que explicar: yarlei-dowglas@hotmail.com. Yarlei com “y” e Dowglas com “w”. Vou poupá-lo desse trabalho. Vou tornar o dia-a-dia dele mais prático.

Não farei a menor questão de dizer que meu filho tem nome de americano. Nada contra os americanos, mas sim contra ser brega querendo ser chique.

Qual o seu nome, meu jovem? – Meu nome é Johnny... Johnny Silva!

Simplesmente podre!

Nenhum comentário: